domingo, 17 de fevereiro de 2013

Amor e Revolução 2011/2012

Amor e Revolução

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Amor e Revolução
Informação geral
FormatoTelenovela
GêneroDrama, ação
Duração60 minutos
Criador(es)Tiago Santiago[1][2][3]
País de origem Brasil
Idioma original(em português)
Produção
Dire(c)tor(es)Reynaldo Boury[2][4]
ElencoGraziella Schmitt[3][4]
Cláudio Lins[3][4]
Gustavo Haddad[4]
Lúcia Veríssimo[4]
Fátima Freire[4]
Patrícia de Sabrit[4]
Luciana Vendramini[5]
Giselle Tigre[5]
ver mais
Tema de abertura"Roda Viva" por MPB-4[6]
Exibição
Emissora de
televisão original
Brasil SBT
Formato de exibição1080i (HD)
480i (SD)
Transmissão original5 de abril de 2011[1][4][5][7] - 13 de janeiro de 2012.[8]
Nº de episódios204[8]
Portal Séries de televisão · Portal Televisão
Projeto Televisão · Projeto Entretenimento
Amor e Revolução foi uma telenovela brasileira produzida e exibida pelo SBT de 5 de abril de 2011 a 13 de janeiro de 2012, em 204 capítulos, na faixa as 22h, substituindo a reprise de A História de Ana Raio e Zé Trovão, e sendo substituída por Corações Feridos, engavetada desde 2010, porém, desta vez, a faixa de novelas muda para o horário das 20h30.[1] Escrita por Tiago Santiago, com colaboração de Renata Dias Gomes e Miguel Paiva e com direção de Reynaldo Boury, Luiz Antônio Piá e Marcus Coqueiro e produção-executiva de Sérgio Madureira.[2] É uma obra representativa na história da teledramaturgia do país por ser a primeira telenovela a ter a ditadura militar brasileira como parte central de seu enredo e a exibir um beijo entre duas pessoas do mesmo sexo.
Graziella Schmitt, Cláudio Lins, Thaís Pacholek, Gustavo Haddad, Lúcia Veríssimo, Licurgo Spínola, Gisele Tigre, Luciana Vendramini, Patrícia de Sabrit, Reynaldo Gonzaga e Nico Puig interpretam os papéis principais,[2] numa trama que narra uma história de amor entre José Guerra, filho de um militar, e Maria Paixão, líder de um movimento estudantil que combate com forças armadas a ditadura militar no Brasil. O amor de Maria Paixão e José Guerra - proibido por lutarem por causas diferentes - é chamado de "à la Romeu e Julieta", a famosa peça de teatro escrita pelo poeta William Shakespeare no final do século XVI, na qual dois jovens se apaixonam mas são impedidos de amar pelas famílias que são rivais.[9]
A ditadura militar é o "eixo" principal da trama, segundo o autor, mostra a revolução que aconteceu no país entre os anos 60 até o final dos anos 80, envolvendo a moda, a música, a chegada da televisão na vida da família brasileira e vários outros aspectos que mudaram ao longo desses anos, e o título da novela, Amor e Revolução é correspondente ao amor de Maria Paixão e José Guerra, fora o romance das outras personagens.[10] Foram investidos mais de 25 milhões de reais na produção da telenovela.[11]

Índice

[esconder]

[editar] Produção

Tiago Santiago pretendia escrever uma novela sobre a ditadura desde 1995, quando ainda era da Rede Globo.[12]
Antes do início das filmagens - por se tratar de uma sinopse histórica - o SBT proporcionou para todo o elenco e produção de Amor e Revolução, entre os dias 3 e 4 de janeiro um workshop sobre a ditadura militar, inteirando-os sobre o assunto.[13] O workshop foi conduzido pela jornalista Joyce Ribeiro[13] e teve depoimentos de torturados pela ditadura, começando pelo músico Luiz Ayrão, o político Ricardo Zarattini, Carlos Russo Jr. e a jornalista Rose Nogueira, que teve seu filho, recém-nascido, ameaçado de ser queimado vivo em sua frente pelos militares.[13]
As gravações da novela começaram dia 10 de janeiro de 2011, com um treinamento militar, os atores tiveram aulas sobre como manejar armas e atirar com Sérgio Farjalla Jr., preparador do elenco da grande produção cinematográfica brasileira Tropa de Elite. Para as cenas de ação, os atores aprenderam sobre artes marciais, aulas de expressão corporal e coreografia de luta para a composição de cenas e caracterização de personagens.[14] As gravações se encerraram no dia 26 de agosto de 2011, completando mais de 6 meses de gravações.[15]
Tiago Santiago, de início, pensou em abordar na trama a história do revolucionário Che Guevara, mas não houve acordo com a família do mesmo e a história foi esquecida.[16]
O produtor executivo, Sérgio Madureira sofreu no dia 11 de fevereiro de 2011 sofreu um Acidente Vascular Cerebral e ficou em coma profundo em São Paulo.[17] O produtor acabou falecendo na manhã do dia 30 de março de 2011.[carece de fontes?] Sérgio estava a mais de dois meses em coma e sua morte acabou abalando os atores e os produtores da telenovela.[18][19]
Entre os dias 5 e 7 de fevereiro de 2011, declaradamente sem a autorização da emissora, cenas da novela foram disponibilizadas no site YouTube, tendo a primeira, mais de 47 mil visualizações.[20]
Os teasers da produção passaram a ser exibidos em 22 de fevereiro de 2011, com 16 segundos de duração, anunciando a produção para abril.[2]

[editar] Escolha do elenco

Para escolher a atriz que interpretaria a protagonista Maria Paixão, uma líder estudantil, Tiago Santiago e Reynaldo Boury promoveram ampla busca. Dayenne Mesquita e Alice Braga foram cogitadas para o papel - que acabou ficando para Graziella Schmitt, a única atriz aceita no elenco que precisou fazer testes.[21]
O protagonista, Cláudio Lins já protagonizou a novela Uma Rosa com Amor, adaptada por Tiago. Ele foi exclusivamente convidado para o papel. Tantos outros como Patrícia Dejesus, Joana Limaverde, Luciana Vendramini, Isadora Ribeiro e Gisele Tigre tiveram convite exclusivos e com exceção de Gisele, todas participaram de Uma Rosa com Amor.[22]

[editar] Depoimentos

José Dirceu, um dos entrevistados.
Para encerrar todos os capítulos de Amor e Revolução, foram usados depoimentos de pessoas que sofreram com a ditadura militar entre 1964 a 1985, seu tempo de duração.[23] José Dirceu foi o primeiro a gravar o depoimento, que durou cerca de 70 minutos.[24] O material captado foi elogiado pelo diretor da trama Reynaldo Boury: "Foi maravilhoso, tranquilo".[24] Dirceu foi um líder estudantil na época, preso no final da década de 1960 e liberado após o sequestro de um embaixador americano arquitetado por guerrilheiros, se exilou na Cuba e após o fim da ditadura virou um político importante.[24] A produção da telenovela aguardou o sinal verde da assessoria da Presidente da República Dilma Roussef, a qual também tem forte identificação com o período político,[24] a mesma negou.[25] Muitos políticos ou apoiadores da causa, na época, negaram dar depoimento, alegando ter medo de que mudem o que falaram na edição do vídeo:[25]
Cquote1.svgO espaço do depoimento na novela não é só da esquerda, está aberto a todos os segmentos da sociedade. Quem se sentir prejudicado, pode nos procurar que terá o mesmo espaço para responder.Cquote2.svg
Reynaldo Boury, diretor[25]
A partir de julho de 2011, os depoimentos foram tirados do ar.[26] A equipe da telenovela explicou que haviam apenas depoimentos contra o golpe militar, e nenhum a favor, sendo assim, abolindo os depoimentos.[26]

[editar] Chamadas

O SBT exibiu, no dia 9 de março de 2011,[27] uma chamada de 5 minutos com cenas da trama,[27] em que resumia toda a história e dizia "Só o SBT tem a coragem de passar a limpo a história recente do nosso país".[27] A chamada foi vista como um ataque à Rede Globo, acusada de ter apoiado e de ter sido favorecida pela ditadura militar.[28]

[editar] Cenários

Além do Brasil, a história também se passa em Cuba (mas gravada em São Paulo)[29]. No Brasil, há cenários de todos os estados, entre o meio da década de 1960 e o início da década de 1970, respectivamente entre 1964 a 1972.[29] Algumas locações de Amor e Revolução serão em um sítio localizado em Santana do Parnaíba, na região metropolitana da capital paulista; uma fazenda de café, em Itu, interior de São Paulo; o Educandário Dom Duarte, na zona oeste da cidade de São Paulo; o Palácio dos Cedros, no Ipiranga (bairro de São Paulo); o largo São Francisco, a rua do Comércio e a rua XV de Novembro (São Paulo); o Parque da Independência (cidade São Paulo); e alguns locais da cidade do Rio de Janeiro. [30]

[editar] Exibição

Após uma conversa com o dono da emissora, Sílvio Santos, Tiago e Reynaldo conseguiram a permissão para fazer a novela em um ritmo mais lento, para que eles possam ver a opinião do público e por algum momento, fazer alguma alteração na trama, Silvio Santos concordou.[29]
Cquote1.svgÉ uma mudança no modo de fazer da emissora. Houve, sim, um diálogo com o Silvio Santos sobre esse assunto. Sobre a importância de a novela ser gravada ao mesmo tempo em que é exibida para poder reagir e interagir com a opinião do público, porque a gente tem a oportunidade de, se o público achar muito violenta, diminuir isso ao longo da exibição. Um casal deu muito certo, vamos aumentar. Esse tipo de coisa é muito positivo para o resultado e vamos ter essa oportunidade agora no SBT.Cquote2.svg
Tiago Santiago sobre o novo jeito de fazer novela no SBT.[29]
Amor e Revolução estreou com 40 capítulos escritos pelo autor e seus colaboradores e 24 gravados pela produção da novela, assim, podendo fazer pela primeira vez as pesquisas de opinião com espectadores.[25]

[editar] Vinheta de abertura

Com o começo da produção em fevereiro, a abertura conta com uma computação gráfica, usando uma técnica para que as pessoas desapareçam. Embalada aos som de "Roda Viva", pela banda MPB-4, a vinheta de abertura mostra jornalistas, estudantes, políticos, artistas desaparecendo em cena, numa alusão aos desaparecidos ou capturados pelo regime militar.[31]

[editar] Classificação etária

Com base na sinopse fornecida pela emissora, o Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação classificou inicialmente Amor e Revolução como "não recomendada para menores de 14 anos", antes do início de sua exibição.[32]

[editar] Enredo

Cquote1.svgVamos contar a história do Brasil em uma época de muita turbulência, mas que está praticamente esquecida ou é desconhecida pelas novas gerações. É uma novela intrigante, que vai despertar no telespectador a vontade de acompanhar um tema nunca debatido e exibido nas telenovelasCquote2.svg
Reynaldo Boury, sobre o enredo[33]
A ditadura militar brasileira foi poucas vezes o tema de uma telenovela: Irmãos Coragem (1970), O Bem-Amado (1973), Gabriela (1975), Roque Santeiro (1975), Saramandaia (1976), Guerra dos Sexos (1983), Vereda Tropical (1984), Senhora do Destino (2004) e Cidadão Brasileiro (2006), entre outras, e da minissérie Anos Rebeldes (1992).[34] Entretanto, o tema sempre era amenizado, pouco aprofundado ou censurado.[34] Esta então pode ser considerada a primeira do gênero.[35]
No Brasil não há memoriais aos crimes ocorridos depois do golpe de Estado, ao passo que nas principais cidades como São Paulo ou Brasília há avenidas com nomes de ditadores como Humberto Castelo Branco ou Emilio Garrastazú Médici.[35] O período da ditadura, exceção dos demais países sulamericanos, é tratado pelos meios de comunicação brasileiros apenas por "governo militar" e os generais que comandaram o país são mencionados frequentemente como "ex presidentes".[35] Por isto Santiago conta que é importante inserir o tema no público televisivo, principalmente o mais jovem, além de contribuir para que as antigas gerações possam "lavar as feridas".[35]
Gtk-paste.svg Aviso: Esta seção contém revelações sobre o enredo.
Ambientada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a trama tem início com a Revolução de 1964 e perpassa pelo período mais obscuro da ditadura militar, os chamados anos de chumbo.[33] “A intenção é narrar a história de personagens diretamente ligados ao tema da ditadura, seja a favor ou contra, como militares, guerrilheiros, torturadores, artistas, jornalistas, advogados e estudantes nos anos brutais da repressão.[33] É possível que avancemos até a guerrilha do Araguaia, no começo da década de 70”, observa Tiago Santiago.[33]
“Amor e Revolução” conta a grande história de amor vivida pelo militar José Guerra e pela guerrilheira Maria Paixão, casal protagonista do folhetim.[33] À primeira vista, o amor entre os dois é impossível, pois Maria é líder do movimento estudantil e vai para a luta armada, e José Guerra é um militar da Inteligência, contra a ditadura, democrata, porém filho de um general da linha-dura.[33] Os dois têm rivais: o jovem dramaturgo de esquerda Mario Vieira e a bela e glamorosa atriz Miriam, e surpresas podem acontecer.[33]
A história da luta armada pelos ideais da democracia e liberdade no Brasil tão vivida por Batistelli e Jandira, casal coprotagonista de subversivos perseguidos pela repressão, desde o primeiro momento do golpe; a violência aos direitos humanos e abuso de poder por parte do delegado Aranha , do inspetor Fritz, e dos militares Major Filinto e General Lobo Guerra; a luta pela liberdade de expressão por meio da arte e da imprensa; a desagregação de famílias; a força de estudantes engajados que defendem a igualdade social no país; e as atrocidades cometidas contra os presos políticos são alguns dos temas abordados por Tiago Santiago em torno da trama central.[33]
A novela levanta discussões sobre as mudanças comportamentais na década de 60, como a liberação da mulher após a pílula, o feminismo, o movimento hippie, a cena teatral e musical, as transformações provocadas pela moda, entre outras revoluções culturais dos anos 60.[33]
Gtk-paste.svg Aviso: Terminam aqui as revelações sobre o enredo.

[editar] Elenco

Cquote1.svgTem muita gente boa no mercado sem contrato. Consegui uma lista excelente em 'Uma Rosa com Amor' e agora não vai ser diferente.Cquote2.svg
Tiago Santiago sobre a escolha do elenco e a explicação de não ter tido problema na hora de escalar os atores.[36]
Graziella Schmitt interpreta Maria Paixão, uma estudante comunista que luta contra a ditadura militar. No incêndio do prédio da UNE, conhece José Guerra (Cláudio Lins), por quem se apaixona, mas descobre que o mesmo é filho de um militar linha dura.[37][38]
Lúcia Veríssimo interpreta Jandira Maciel, uma jornalista que se revolta com o golpe militar e participa de sequestros, assaltos e acaba caindo na clandestinidade. Se relaciona com Rubens Batistelli (Licurgo Spinola) com quem vive uma história de amor e vira amiga de Thiago Paixão (Mário Cardoso), um jornalista que acaba por lutar contra a força armada. No jornal, aonde Thiago trabalha, está a proprietaria da redação, Marina (Gisele Tigre) uma mulher rica, poderosa, tem coragem de desafiar a ditadura, por isso, vê seu jornal sofrer as consequências da sua oposição à tortura, Marina acaba se apaixonando pela sua advogada, Marcela (Luciana Vendramini) mas fica em dúvida sobre seus desejos, pois se considera heterossexual.[39][40][41]
Thaís Pacholek interpreta Miriam Santos, uma atriz de teatro que tem um relacionamento com Chico Duarte (Carlos Artur Thiré) e acaba entrando, com os colegas de teatro, Stela Lira (Joana Limaverde), Nina Madeira (Patrícia Dejesus), Mário Luz (Gustavo Haddad) e Beto Grande (Cacá Rosset) para a luta armada contra a ditadura militar.[42][43]
Nico Puig interpreta Filinto Guerra, um sociopata e investido de autoridade militar, é um torturador, sádico, abusivo e de péssimo caráter, filho do também General linha dura Lobo Guerra (Reinaldo Gonzaga) e é irmão de José Guerra. Filinto é casado com Olivia Guerra (Patrícia de Sabrit) que acaba se revoltando com seu marido e seu sogro quando descobre que eles fazem parte de uma organização paramilitar de caça aos comunistas, a mesma acaba sofrendo muito na mão do marido.[44]

[editar] Semelhanças com a vida real

Após divulgados alguns perfis dos personagens, foram especuladas coincidências entre a vida real e a ficção. Políticos que lutaram contra a ditadura militar poderiam estar sendo adaptados e usados nos perfis das personagens.[29]
Cquote1.svgIsso não é verdade. Não existe nenhum personagem inspirado especificamente em uma pessoa real. Tem gente que diz que a Maria [personagem de Graziella Schmitt] é a Dilma. Não é. A Dilma não se apaixonou por um militar. Então, a Dilma é a Jandira [personagem de Lúcia Veríssimo], que gostava de um outro guerrilheiro? Sim, tem mais semelhanças com a Jandira. Agora, assim como a Dilma, várias outras mulheres seguiram esse caminho. Qualquer pessoa que tenha ido para a luta armada vai se identificar com um trecho ou com outro. Nem estudei a vida da Dilma nesse ponto. Qualquer semelhança será mera coincidência.Cquote2.svg
Tiago Santiago negando qualquer semelhança a Dilma e Maria Paixão.[29]
Após a evidência da história de Dilma Roussef, que lutou contra a ditadura militar, houve especulações que a protagonista da próxima novela de Tiago seria inspirada na história da presidente, desde já, Tiago nega a inspiração e deixa claro que qualquer personagem que tenha semelhança a vida real de qualquer pessoa é uma mera coincidência.[29]

[editar] Lançamento e repercussão

O jornalista e crítico Leonardo Ferreira do jornal-site Extra começou elogiando a abertura da trama, dizendo: "O melhor momento do primeiro capítulo [...] ficou para o fim: a abertura. Ao som de "Roda viva", de Chico Buarque, ela mostra jornalistas, estudantes e outros personagens sumindo em cena, numa alusão aos desaparecidos ou capturados pelo regime militar." [31], o mesmo crítico, diz que o maior pecado do capítulo foi a direção, e diz que as atuação ainda não são julgaveis, mas destacou as atrizes Patricia de Sabrit e Gabriela Alves como as melhores.[31] O crítico Mauricio Stycer, do site UOL, disse que a produção era "Uma boa novela", comentou sobre o depoimento final "Essa posição ficou explícita no final do primeiro capítulo, encerrado com o emocionado depoimento da ex-presa política Maria Amélia Teles, cujos filhos, então crianças, a viram ser torturada. Foi o momento mais impressionante em um capítulo frouxo, que deixou no ar a dúvida se “Amor e Revolução” será capaz, mesmo com todo o vento a seu favor, de seduzir o público." [45] Mauricio acabou a crítica dizendo "O primeiro capítulo de “Amor e Revolução” foi, enfim, frustrante. Um tema ótimo, num bom momento, não é o suficiente para segurar uma novela."[45]

[editar] Audiência

Cquote1.svgEstamos com uma grande expectativa com essa trama e esperamos, no mínimo, segurar a audiência que temos no horário, que fica em torno de sete pontos no Ibope.Cquote2.svg
Daniela Beyruti, diretora artística e de programação do SBT[46]
O capítulo de estreia não teve uma grande audiência, mas não decepcionou a emissora, pois marcou uma média de 7 pontos, mantendo os números estáveis da novela anterior, A História de Ana Raio e Zé Trovão.[47] Teve picos de 9 pontos no Ibope, e ficou em terceiro lugar na audiência, atrás de Globo e Record.[3]
Na primeira semana a novela apenas perdeu audiência.[48] No terceiro capítulo, a novela teve 6 pontos de média no Ibope de São Paulo, empatando com a Band em audiência.[49]
Em menos de um mês no ar, como as cenas de tortura e violência não agradaram muito ao público, e o foco do autor passou a ser mais dividido com humor e romance, sem deixar de abordar o tema da ditadura.[50][51]

[editar] Beijo entre duas mulheres

A cena do beijo gay entre as personagens Marcela e Marina, foi erroneamente tratada como a primeira da história da teledramaturgia brasileira[52][53] - em duas oportunidades anteriores, um beijo entre duas pessoas do mesmo sexo foi exibido em uma obra de ficção brasileira: em 1963, num teleteatro apresentado pela TV Tupi[54] e em 1990, na minissérie Mãe de Santo, exibida pela Rede Manchete.[55] Nenhuma telenovela brasileira havia, até então, exibido uma cena semelhante. Previsto originalmente para ser exibida no dia 11 de maio, a cena viria a ser exibida somente no dia seguinte, e causaria um leve acréscimo na audiência média da telenovela[56][57][58]
Cquote1.svgNa novela, a relação das duas até causa estranhamento, porque é nos anos 60. Mas hoje em dia não há motivos para se chocar. Na verdade, a homossexualidade existe desde que o mundo é mundo, desde o antigo Egito. É preciso começar a tratar os gays de forma natural porque não há nada de anormal em relação a eles. Não tem mais porque ter medo de mostrar.Cquote2.svg
Maurício Stycer, do UOL, relativizou a ousadia da cena frente a trama "convencional" da telenovela: como uma ousadia destas ocorreu numa novela tão convencional, didática e previsível? Tiago Santiago merece crédito tanto por uma coisa quanto por outra. Teve a coragem e o senso de oportunidade de afrontar um tema delicado, transformado oficialmente em tabu pela Globo (...) O tom de livro de história para crianças prejudica o ritmo da trama e constrange os atores, obrigados a reproduzir falas bobas e a fazer verdadeiros discursos em cena. Ninguém gosta de assistir telecurso às 22h. O tema da novela é ótimo e oportuno, mas isso não basta para transformar “Amor e Revolução” numa experiência agradável. No mesmo capítulo do beijo gay, por exemplo, um médico aplicou uma injeção com “soro da verdade” num paciente, segurando a seringa com uma mão e o revólver com a outra. Em outra cena, um militante de esquerda reclamava por trocar sozinho o pneu do carro, enquanto um padre recitava trechos da Bíblia e duas mulheres conversavam sobre o amor.'[60] Jorge Luiz Brasil, redator-chefe da revista especializada Minha Novela, também parabenizou a iniciativa[61] Fernando Oliveira, do portal iG, viu a cena de forma positiva por "quebrar tabus", mas, ao mesmo tempo, criticou as deficiências da produção.[62]

[editar] Reação dos militares

Logo após a estreia, um grupo de militares pediu o fim da exibição da novela ao Ministério Público Federal através de um abaixo-assinado apresentado pelo Portal Militar, por não concordarem com o que estava sendo exibido.[63] Em 18 de abril, o pedido foi arquivado.[63] O autor do abaixo-assinado é José Luiz Dalla Vecchia, membro da diretoria da Associação Beneficente dos Militares Inativos da Aeronáutica (ABMIGAer).[64] O documento acusa o governo federal de ter feito um acordo com o SBT para facilitar a aprovação da Comissão Nacional da Verdade, em troca de anular a dívida do Banco Panamericano, de Silvio Santos, dono da emissora.[65][66]
Cquote1.svgÉ óvio que o Governo Federal através da Comissão da Verdade, recém criada, está participando do acordo em exibir a novela “Amor e Revolução” no SBT. Parece-nos que se trata de um acordo firmado com o empresário Silvio Santos, visando o saneamento do “Banco Panamericano” do próprio empresário. As Forças Armadas não devem permitir, dentro da legalidade, que tal novela seja exibida, pelos motivos óbvios abaixo declarados. Convém salientar que as Forças Armadas já se manifestaram negativamente a respeito da novela Amor e Revolução.Texto do abaixo-assinado: Diante de o Governo Federal através da Comissão da Verdade, recém criada, estar, como tudo indica, participando do acordo em exibir a novela “Amor e Revolução” no SBT (trata-se de um acordo firmado com o empresário Silvio Santos, visando o saneamento do “Banco Panamericano” do próprio empresário, envolvido em escândalo no sistema financeiro nacional). Sendo assim, o efetivo das Forças Armafas, tanto da ativa como inativos e pensionistas, vêm respeitosamente através desse abaixo-assinado, como um instrumento democrático, solicitar do digno Ministério Público Federal, representado acima, providências em defesa da normalidade constitucional, vista o cumprimenro da lei de anistia existente, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal. Nestes termos pede deferimento em caráter urgentíssimo.Cquote2.svg
José Luiz Dalla Vecchia[65]
De acordo com Thiago Santiago, o abaixo-assinado é "despropositado", uma vez que "a novela é respeitosa com as Forças Armadas, mostrando herói militar e oficiais democratas, a favor da legalidade". Ele disse ainda que o argumento de que a novela estaria relacionada com o saneamento do banco PanAmericano também não procede. "A proposta partiu de mim para o SBT e não vice-versa. Comecei os trabalhos antes de saber que havia qualquer problema com o banco e antes de saber também que a presidente Dilma Rousseff seria eleita", declarou. Santiago ainda disse que a tentativa de querer tirar a novela do ar "interessa apenas aos criminosos, torturadores e assassinos, que violaram as convenções de Genebra, nos chamados anos de chumbo da ditadura militar".[67]
Cquote1.svgEsse abaixo-assinado está mal escrito, está desinformado. A Comissão da Verdade nem foi aprovada ainda! E, de qualquer forma, a novela nada tem a ver com a Comissão da Verdade. É um projeto meu que já tem 15 anos, criado na época em que eu trabalhava com o Herval Rossano na TV Globo. Não podem dizer que estou denegrindo a imagem dos militares, o próprio herói é um militar democrata. A novela tem esquerdistas, militares de direita, democratas... Eu não coloco todos os militares no mesmo saco dos torturadores, não. “Amor e revolução” não é uma trama contra militares. É uma tentativa de censura, o que é inconstitucional. Isso é um protesto desesperado de gente que tem o rabo preso, gente que não quer ver esses depoimentos com medo de que algo aconteça a eles. Tirar a novela do ar só interessa a quem tem medo! A grande maioria dos militares está gostando da novela.Cquote2.svg

[editar] Pesquisa de opinião

Logo após dois meses que Amor e Revolução está no ar, a direção da telenovela decidiu fazer a primeira pesquisa de opinião do público sobre a trama.[68] O mais comentado entre as pessoas que assistem a telenovela é que acham estranho os militares serem os vilões da novela e os comunistas serem os heróis.[68] E os depoimentos, apresentados no fim de cada capítulo da trama, estão agradando.[68]

[editar] Música

[editar] Trilha sonora

Amor e Revolução
Trilha sonora por Vários artistas
Lançamento3 de maio de 2011[69]
Gênero(s)MPB
Idioma(s)Português
Gravadora(s)Universal Music
ProduçãoLaércio Ferreira
Laércio Ferreira é o diretor musical da novela.[70] e a capa é estampada com os protagonsitas Graziela Schmitt e Claudio Lins[71] A trilha conta com grandes nomes da MPB, com músicas que protestam a ditadura militar.
#TítuloMúsicaDuração
1."Roda Viva (Abertura)" MPB4
2."Menino Bonito" Fernanda Takai
3."Alegria, Alegria" Caetano Veloso
4."Cálice" Pitty e Indireto
5."O Que Será (A Flor da Terra)" Chico Buarque (participação de Milton Nascimento)
6."Nossa Canção (Preste Atenção)" Banda Vega
7."Este Seu Olhar" Nara Leão
8."London London" Caetano Veloso
9."Coração de Papel" Angela Márcia (participação de Sérgio Reis)
10."Gita" Raul Seixas
11."Viola Enluarada" Marcos Valle (participação de Milton Nascimento)
12."Apesar de Você" Chico Buarque (participação de coro: MPB4 e Quarteto em Cy)
13."José (Joseph)" Rita Lee
14."Preciso Aprender a Ser Só" Elis Regina
15."Universo No Teu Corpo" Taiguara
16."Vem Quente que Eu Estou Fervendo" Ultraje a Rigor
Algumas canções que tocam ao decorrer da novela que não foram incluidas na trilha sonora oficial, lançada em compact disc. Mas ambas canções podem estar no volume de número dois da trilha sonora, que poderá ser lançado em breve.[69]

[editar] Ver também

  • Senhora do Destino, telenovela que abordou a ditadura militar durante a primeira fase de sua trama.
  • Cidadão Brasileiro, telenovela que abordou a ditadura militar durante a segunda fase de seu enredo.

Notas

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